Sobre a Freguesia da Ventosa, escreveu Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal, na obra Portugal Antigo e Moderno. Dicionário geográfico, estatístico, corográfico, heráldico, arqueológico, histórico, biográfico e etimológico de todas as cidades, vilas e freguesia de Portugal (Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira & Cardoso, 1882):

«VENTOSA — freguesia, Extremadura, comarca e concelho de Torres Vedras, 50 quilómetros ao norte de Lisboa, 500 fogos.

Em 1768, tinha 275.

Orago, S. Mamede. Patriarcado e distrito administrativo de Lisboa.

O prior da freguesia de S. Tiago, de Torres Vedras, apresentava o cura, que tinha, 64 alqueires de trigo. 30 almudes de vinho, e 7$000 reis em dinheiro — segundo o Portugal Sacro; mas a verdade é, que o cura, tinha 64 alqueires de trigo, 120 de cevada, 30 almudes de vinho, e 57$000 em dinheiro. (Descripção historica e economica da villa e termo de Torres-Vedras, página 103, nota C)

A igreja matriz, é muito antiga, mas não se sabe quando nem por quem foi construída. É de três naves, sustentadas por colunas muito bem lavradas. Tem altar-mor, e seis laterais, no corpo da igreja.

Há no distrito desta freguesia, duas ermidas; mas a citada obra, não declara a quem são dedicadas.

Terra muito fértil, rica e próspera, como acabámos de ver do seu número de fogos, que, em 114 anos, quase tem duplicado.

No dia 21 de agosto de 1808, teve lugar a batalha e gloriosa vitória do Vimieiro, ou Vimeiro. (Vide Torres Vedras, e Vimieiro.) O jacobino Crenier, brigadeiro de Bonaparte, com a sua brigada, se fez forte, em um viso, d’esta freguesia; mas não pôde resistir ao arrojo indomável do exército luso-anglo, que atacou os franceses, à baioneta calada, pondo-os em completa derrota.

No mesmo dia, e quase à mesma hora, foi derrotado outro brigadeiro jacobino — Solignac — (vide Alcoentre, e no 7.º volume, página 355, coluna 2.ª) na estrada da Lourinhã, pouco distante desta freguesia.»*

*Procedemos à atualização da ortografia e ao desdobramento das palavras, mas respeitámos a pontuação).